domingo, 3 de novembro de 2013

Sobre amores que chegam ao fim (10/11/2013)

Já dizia Cazuza que o amor "quando acaba a gente pensa que ele nunca existiu"... Confesso que sou dramática e minhas dores de amor demoram um bom tempo pra curar...
A cada fim, uma dor... não foi a primeira vez e talvez não seja a última, mas dói como se fosse incurável... como se fosse eterna.
Eu não acredito que amamos uma única vez na vida, mas que a cada novo amor, amamos de maneira diferente... cada amor é único... 
Devemos, vez ou outra, nos permitir cometer loucuras por amor... a minha cota de loucuras já venceu, não quero mais me dar ao luxo! rs 
Apesar do "insucesso", valeu a pena cada passo que eu dei, cada atitude que tomei, cada loucura que fiz.
Quando falei pro meu amigo que meu casamento "não deu certo", ele me disse algo que dificilmente pensamos nessas horas: "deu certo enquanto durou, quem disse que tem que ser pra sempre?"
Temos a tendência a querer que as coisas boas durem pra sempre... mas, quem disse que se durasse pra sempre seria bom. E por que tudo tem que durar pra sempre? Por que não conseguimos apreciar os bons momentos quando o amor chega ao fim? Tudo se torna ruim a partir do momento que o fim é determinado... as lembranças passam a ser dolorosas, queremos apagá-las a qualquer custo de nossas memórias... Por quê? 
Infelizmente, não sou evoluída a ponto de pensar dessa forma... Eu amei, eu sonhei, eu tentei... mas no final, acabou... e então, tudo o que vivi passou a ser doloroso pra mim, não quero mais lembrar, pelo menos não agora.
Quando analiso friamente a situação, vejo que 80% da minha dor é relativa ao meu ego. Dói ser rejeitado, ainda mais por aqueles que eram tudo pra nós, para os quais nos dedicamos por tanto tempo e com tanta intensidade... Dói quando um sonho se desfaz, quando você não tem mais controle da situação, quando seus argumentos já não funcionam... 

A cada fim, uma chance de viver um novo amor. E quando paro pra pensar no medo de sofrer - típico dos que acabaram de passar por um rompimento - eu penso que nós, humanos, somos mais frágeis do que imaginamos, mais complexos do que gostaríamos.




sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Sobre a separação (01/11/2013)

Olá, pessoal... Hoje vou falar um pouco sobre separação.

Todas as vezes que nos relacionamos com alguém por quem nos apaixonamos, sempre desejamos que essa relação não chegue ao fim e nunca estamos preparados para lidar com isso.
Cada um tem uma forma diferente de lidar com o fim do relacionamento... Eu sou do tipo que, com o perdão da expressão grotesca, espreme a ferida ao máximo, para que a dor, embora aguda, passe o quanto antes.
Dessa vez está sendo mais difícil do que eu podia imaginar... talvez pelas circunstâncias, talvez pela intensidade em que vivi esse relacionamento, talvez por ter sido um casamento e não apenas um namoro... não sei, só sei que 4 meses já se passaram e a dor continua aqui, latejando no meu peito.
O fato dele morar em outro país contribui, afinal, sei que dificilmente eu o verei novamente... isso dói quando você ama e não é correspondido, afinal, pra quem ama, o simples fato de ver a pessoa já traz certo conforto para o nosso coração.
(Texto não concluído)



domingo, 29 de setembro de 2013

Sobre a vida no Egito - parte 1

Boa noite, pessoal!

Hoje vou falar um pouco da minha visão sobre o Egito, onde vivi durante 1 ano.
Mudei-me para o Egito em julho de 2012 e retornei em junho de 2013. Durante esse tempo, vivi a vida real do povo egípcio, não a vida glamurosa dos turistas. Vivi com uma família de classe média-alta, em El Fayoum, há uma hora da Capital Cairo.
O Egito é um país do Norte da África, com uma população de aproximadamente 90 milhões de habitantes, com maioria muçulmana sunita e tem o árabe como língua oficial. Apesar disso, quase todo mundo sabe um pouco de inglês, então é possível se virar por lá sem saber árabe.
No Egito também há cristãos (algo em torno de 10% da população), mas não são romanos, são coptas. Não sei nada sobre cristão coptas, mas sei que eles têm um Papa no Egito, há poucas igrejas mas elas costumam ser bem grandes, é fácil identificar um comércio cristão pois sempre há fotos do Papa, de Jesus Cristo, etc, e eles costumam ficar próximos um do outro, na mesma rua, por exemplo. 
Cristãos e muçulmanos vivem em harmonia no Egito, mas sim, os cristão reclamam de certos direitos que eles não possuem, como a permissão para construir igrejas, por exemplo. Não sei ao certo como isso funciona, mas me disseram que eles precisam de autorização do governo, que nem sempre a concede. A reforma da Constituição pelo ex-presidente Mohamed Mursi também provocou comoção entre os cristãos, uma vez que não deu ouvidos às necessidades dessa minoria e estava repleta de leis islâmicas.
Embora o Islam permita que homens muçulmanos casem-se com cristãs e judias, é muito difícil isso acontecer no Egito. Eu não conheci nenhum caso. 
Em geral, notei um sentimento de ódio a Israel por parte dos egípcios. Quase não há judeus vivendo lá e os que haviam aos poucos foram deixando o país. Eles se orgulham muito da vitória contra Israel (Guerra de Yom Kippur, 1973) e por isso há milhares de lugares e comércios chamados de 6th Octuber (6 de Outubro).
O Egito é um país pobre, que sofre com necessidades básicas como coleta de lixo, trânsito desorganizado, falta de água e energia, limpeza nos locais de atendimento médico, etc. 
Certa vez vi um coletor de lixo (que trabalha para o governo) manuseando o lixo sem luvas. Fiquei muito triste em ver o risco que ele corria por um salário tão baixo e por uma questão tão primária. Esse tipo de situação é muito comum por lá.
Há muitas crianças e idosos nas ruas pedindo dinheiro, olhando carros, trabalhando nos comércios. E isso é tão comum que não via as pessoas sensibilizadas por isso. Eu ficava com o coração apertado quando eu era cercada de crianças pedindo dinheiro. Muitas vezes a pessoa que estava comigo era dura com essas crianças, mandando-as saírem de perto, o que me deixava ainda mais triste... mas é quase impossível você dar conta da esmola no Egito, há muitas pessoas na rua pedindo dinheiro, além disso, você tem que dar gorjeta em 90% das situações em que você precise de alguém por lá. Se você der dinheiro pra todo mundo, não vai gastar menos do que 30 libras (10 reais).
O assédio por parte dos homens é absurdamente grande. Se uma mulher sai sozinha ou acompanhada de outra mulher, a cada momento que você cruza com um homem ele te dá uma cantada. Não sei o que eles falam heheh... mas uma vez uma amiga disse que eles falam algo como "gatinha" haha. Certamente há mais coisas do que isso, mas ela preferiu não comentar. Eles não encostam em você, apenas te olham como se você estivesse nua e falam um monte de coisa (em árabe, pra nossa sorte hahah). Se você estiver acompanhada de um homem, eles olham mas não falam nada. No metrô, há vagões exclusivo para mulheres, o que é muito bom, uma vez que na lotação sempre tem quem se aproveite das mulheres.
No Egito eles brigam muito, o tempo todo. Acho que foram muito poucas as vezes que saí sem ver uma briga na rua. Na maior parte das vezes é só gritaria, outras, porrada.
O trânsito no Egito é caótico, muito difícil atravessar a rua, pois não há sinalização (semáforos não servem para nada em 99% dos casos), por isso, é necessário se aventurar entre os carros. Olha só:


Essa matéria da CNN é bem interessante, mas não estou conseguindo colocar o player aqui, então, lá vai o link:



Há muitas coisas para se falar sobre o Egito. Hoje falei mais dos pontos negativos (talvez porque eu esteja de TPM hahah) mas em breve eu postarei sobre outros aspectos desse país.

Abraço!

domingo, 22 de setembro de 2013

Minha experiência como muçulmana no Brasil

Olá, pessoal!

Fazia tempo que não tinha inspiração para escrever, mas vou tentar voltar mais vezes.

Hoje vou falar da minha experiência enquanto muçulmana no Brasil.
Eu me converti ao Islam em abril de 2012 e em julho fui morar no Egito, um país de maioria muçulmana, com uma família muçulmana. Lá comecei a usar hijab (lenço/véu) e me adaptei facilmente à cultura do país, pois eu sabia o que me esperava, e sendo muçulmana é mais tranquilo viver em um país islâmico.

O meu primeiro medo (idiota, confesso) quando comecei a usar hijab, foi o de não me sentir bonita. Mas logo encontrei meu estilo e hoje eu amo usar véu :)



Um ano depois eu voltei ao Brasil e decidi continuar usando hijab, embora eu estivesse disposta a tirá-lo caso eu encontrasse dificuldades para arrumar emprego.
Confesso que estava com muito medo de sofrer preconceito, especialmente por parte dos empregadores, mas, para minha surpresa, fui muito bem aceita e consegui emprego em 3 escolas.
Quando eu cheguei e comecei a procurar emprego, fui até uma escola onde eu trabalhei anteriormente para pedir conselhos ao coordenador, que é uma pessoa muito querida. Ele, além de me dar emprego, aconselhou-me a ser franca, abrir o jogo durante a entrevista, falar que eu gostaria de usar o lenço, mas caso fosse necessário eu o tiraria. Fico feliz por não ter sido necessário.
Na escola sou muito bem aceita e os alunos adoram meus lenços :) No primeiro dia de aula eu falei um pouco sobre minha religião, tirei as dúvidas que surgiram e me coloquei à disposição para falar sobre isso a qualquer momento, então sempre tem alguém que me pergunta algo, é muito bacana. Um dos meus alunos é fascinado pelas histórias do Império Muçulmano, então ele aproveitou a deixa e pesquisou sobre o Islam e sempre vem me falar algo que ele aprendeu com suas leituras, fico muito feliz por isso.
Nas ruas, não enfrento nenhum problema. Os olhares são de curiosidade e eu entendo, então não me ofendo. Algumas pessoas já me pararam para perguntar sobre, ou pra dizer que acham bonito a forma como eu me visto. Na última sexta uma moça no shopping disse que queria "se tornar islâmica", e eu a convidei para ir à mesquita, trocamos telefone e tudo.
Uma coisa que ainda não me acostumei é levar cantada aqui no Brasil hahah Por incrível que pareça, tem homem que me olha na rua como se eu estivesse mostrando tudo e até falam coisas... eu sempre fico chocada e desconfio que estão me zuando, afinal, não só uso o lenço, mas também roupas mais largas e longas: blusas de manga, que cubram o quadril etc. Mas enfim, né... No Egito o assédio é muito grande, mas como eu não entendia árabe, não me ofendia heheh.
A primeira piadinha que ouvi foi há uma semana atrás, quando eu saía da escola onde trabalho, ouvi um aluno (que não era meu) falando "Olha a bomba!". Apesar de ser idiota e clichê, na hora fiquei chateada, mas depois passou, até que demorou pra isso acontecer rs....
Considero o Brasil o melhor país do mundo: aqui, de modo geral, as pessoas convivem bem com as diferenças. Claro que temos sim preconceito (e muito), mas acreditem, é bem menor do que se compararmos a outros países.
Claro que talvez minha profissão (sou professora) me favoreça na hora de encontrar emprego, pois uma das coisas que me disseram nas entrevistas foi que o respeito à diversidade era fundamental e que minha presença na escola favoreceria ainda mais essa questão. Sei que em outros seguimentos nem sempre há esse pensamento, então muitas moças enfrentam problemas para arrumar emprego quando usam véu.
Apesar de não estar sofrendo com preconceito, confesso que é mais fácil ser muçulmana em um país islâmico. Vivendo aqui é bem difícil seguir a religião corretamente. Um dos maiores problemas que encontro agora é encontrar uma pessoa. No Islam, a mulher não pode se casar com um homem que não seja muçulmano, além disso, namorar é errado.
Outro ponto que me incomoda às vezes é o fato de eu ser diferente: não é sempre que estou com humor para os olhares e comentários que as pessoas fazem (entre eles, claro) sobre mim; muitos pensam que eu não sou brasileira; algumas pessoas têm receio de se aproximar também, com medo de me desrespeitar de alguma forma. Então isso às vezes me faz pensar se eu vou aguentar viver o Islam de forma plena morando aqui e estando solteira.
Por outro lado, minha fé é enorme e eu sou feliz com minha escolha, eu me encontrei no Islam, é uma religião linda e coerente, nunca vou abandonar minha fé e minha religião, só preciso estar fortalecida para poder vivê-la plenamente e em paz. Se Deus quiser (Inshallah) eu encontrarei o equilíbrio que busco.

Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre o Islam, esse site é bem bacana:


Também recomendo esse vídeo:



Abraços!
Salam waleikon! (Que a paz esteja convosco)











sexta-feira, 19 de julho de 2013

Sobre o Blog

Olá caro leitor :)

Aqui pretendo expor um pouquinho do que penso sobre o mundo, como uma forma de reflexão, desabafo e passatempo.
Você é bem vindo aqui :)